quarta-feira, 21 de outubro de 2009

UM CRIME CONTRA O USJ – 1 (A CARTA)

Na madrugada do dia 3 para o dia 4 (sábado para domingo), por volta das 05:00h da manhã, houve um incêndio criminoso na biblioteca do Centro Universitário Municipal de São José (USJ), no “Campus” dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Ciências da Religião, localizado nas dependências do Centro Educacional Municipal Antônio Francisco Machado, conhecido popularmente como “Forquilhão”, situado à rua Osvaldo Cruz s/nº, Bairro Forquilhinha, São José, Santa Catarina.
Durante o incêndio, alertado pela fumaça e chamas que saia desta dependência da citada instituição, um vizinho desta escola chamou o corpo de bombeiros, que pronta e rapidamente, debelou as chamas que consumiam os livros desta biblioteca. Apagado o fogo, os militares conseguiram contato com a direção do “forquilhão” e do USJ, comunicando-lhes o fato, de sorte que, cientes do atentado, se dirigissem para o local, afim de registrar a ocorrência e tomar as devidas providências.
A diretora da escola municipal, a professora Edna Ramos Montido, que se cientificando do fato, dirigiu-se à Delegacia de Polícia de Forquilhinha, para registrar um boletim de ocorrência (BO). Já na delegacia, a diretora comunicou o fato ao escrivão, e acusou “alunos do USJ” como prováveis autores do episódio, pelo fato de que coincidentemente, naquela mesma semana, mais precisamente na quarta-feira, dia 30/09/2009, fora achada pelo Sr. Vânio (zelador do USJ), uma carta de caráter anônimo, que segundo ele, haviam sido fixadas algumas cópias pelas paredes da escola, onde um aluno do USJ estaria expondo sua insatisfação pelas instalações do USJ nesta escola.
Embora tenham sido fatos separados, o incêndio e a carta, estes, foram correlacionados pelas coincidências de ter o incêndio iniciado na biblioteca do USJ, na mesma semana em que esta carta “apareceu” nas dependências da escola. Desta forma, buscando dar maior esclarecimento ao fato, passarei a descrever as circunstâncias mencionadas, analisando-as criticamente, separando de inicio, os fatos de modo parcial.
Nesta primeira parte apresentaremos a carta e sua devida análise, e na segunda etapa, buscaremos dar ênfase ao incêndio, e os detalhes que permearam o fato. Assim sendo, segue abaixo a transcrição desta “carta”, na sua integra, conforme consta no original anexado ao BO registrado na delegacia de polícia localizada em Forquilhinha.

DESABAFO DE UM ACADÊMICO REVOLTADO

Gostaria de expor minha profunda gratidão a todos que ajudaram a construir nossa querida faculdade e principalmente a quem nos colocou nesse brilhante colégio.
Eu, assim como a maioria dos universitários, simplesmente amo sair do aconchego do meu lar e vir para a faculdade.
Adoro poder estar todo dia no Forquilhão, pois é um lugar muito bonito, agradável e com muitas pessoas super carismáticas e confiáveis à primeira vista.
Poder ouvir todos os dias meus queridos professores e tias que não tem nem mestrado é super animador!
Assistir a aula dividindo atenção do professor com mariposas, borboletas, abelhas etc... é muito divertido! Mais ainda, quando elas batem pelo silencioso ventilador de teto.
Subir as escadas e, pelo cheirinho agradável lembrar que existem banheiros nesse espetáculo de faculdade é muito bom... e melhor ainda é ter o privilégio de, mesmo não querendo, ter que ir a esse lugar de cheiro muito agradável, e ver os rolos de papel dentro do sanitário e nenhum disponível para você usar.
Ter que ir numa sala de xérox onde cabe ½ pessoa e ainda ter a sorte da copiadora estar funcionando!!! (VEJAM QUE MARAVILHA!) Só mesmo em nosso exemplo de faculdade!
Sair daqui com os pés inchados e vermelhos de picadas de insetos que existem somente nesse paraíso, é super engraçado.
Poder deixar o carro nesse belo e seguro estacionamento, que é mais emocionante do que uma montanha russa, sabendo que quando você voltar poderá encontrar seu precioso bem arrombado por alguma dessas carismáticas pessoas (que mencionei acima), dá uma adrenalina que só sabe quem realmente passa por isso.
Não posso esquecer de dizer o quanto me divirto quando tenho a oportunidade de ir ou voltar como o LEITO Serraria-Forquilhinhas que faz o “tur” por toda São José. Ficar até as 22:30 esperando (muitas vezes com pouquíssimas pessoas), o leito chegar vendo as carismáticas pessoas passando e olhando... e você ficar pensando se chegará em casa com o leito ou numa viatura de polícia, é simplesmente emocionante! Isso sim me deixa super contente e motivada a ir feliz pra aula.
Mas o que motiva mesmo, do fundo do coração, a continuar freqüentando essa conceituada instituição, é saber que tem muita gente preocupada com a situação e que estão fazendo de tudo, tudo mesmo PRA ACABAR COM ESSA “MERDA” QUE TEMOS!!!
COLÉGIO DE APLICAÇÃO JÁ !!!!
NÃO PODEMOS MAIS ATURAR ESSE DESLEIXO COM NOSSA FACULDADE.
NÃO SOMOS MACACOS PARA FICAR PULANDO DE COLÉGIO EM COLÉGIO
EXIGIMOS NOSSA SEDE PRÓPRIA !!!

Conforme o exposto, o texto supracitado foi achado fixado nas paredes do Forquilhão, causando indignação às pessoas que dele tiveram acesso. Como toda pessoa que produz um texto, deixa sua “assinatura”, passaremos a seguir a analisar criticamente o que foi transcrito acima, buscando traçar um perfil da pessoa, ou grupo de pessoas que produziu esta carta. Este texto possui 11 parágrafos, um título e uma reivindicação final. Assim, segue abaixo uma breve análise, que não chega a ser conclusiva, porém, levanta questionamentos muito pertinentes. E aqui, cabe ressaltar que o texto foi produzido sob a égide de uma profunda ironia em todos os seus parágrafos, coisa que não acontece com o título e a reivindicação final.
1º Parágrafo - Gostaria de expor minha profunda gratidão a todos que ajudaram a construir nossa querida faculdade e principalmente a quem nos colocou nesse brilhante colégio. No início a pessoa faz menção à administração anterior do executivo municipal de São José. Aqui vale lembrar que o USJ foi criado em 2005, pelo então prefeito Fernando Melquíades Elias, tendo como primeiro reitor o atual vice-prefeito Telmo Pedro Vieira. A primeira instalação do USJ foi ao CEFET/SJ, e cerca de 1 ano depois, foi transferido para as instalações do “Forquilhão”, durante esta mesma gestão. Ou seja, a pessoa que escreveu este texto conhece a história do USJ, e despreza a gestão anterior. Cabe também lembrar que houve uma manifestação estudantil, pedindo a eleição direta para reitor nesta mesma época de transição de instalações.
2º Parágrafo - Eu, assim como a maioria dos universitários, simplesmente amo sair do aconchego do meu lar e vir para a faculdade. Neste parágrafo, esta pessoa retrata a ida ao USJ como uma tortura, uma obrigação sem sentido. Percebe-se que é uma pessoa que não gosta da instituição. Esta pessoa não possui o “orgulho” de cursar o ensino superior. E ainda, além de não reconhecer a importância de um curso superior em sua vida, ainda sugere que os acadêmicos compactuam com sua opinião.
3º Parágrafo - Adoro poder estar todo dia no Forquilhão, pois é um lugar muito bonito, agradável e com muitas pessoas super carismáticas e confiáveis à primeira vista. Aqui o/a autor(a) demonstra repúdio pelo local, e menosprezo à população residente nas imediações, além é claro, das pessoas que freqüentam a Educação de Jovens e Adultos (EJA) desta instituição escolar. Neste ponto, há um ataque direto à sociedade local, que por contrapartida faria gerar uma antipatia aos acadêmicos do USJ, haja vista que a carta é anônima. Este ataque repete-se com mais ênfase nos parágrafos 9 e 10.
4º Parágrafo - Poder ouvir todos os dias meus queridos professores e tias que não tem nem mestrado é super animador! Ataque direto ao corpo docente do USJ. O corpo docente do USJ é composto por professores(as) Mestres(as), Doutores(as) ou ainda doutorandos nas diversas áreas de conhecimento científico, que com certeza, não dariam créditos à estas falácias, além é claro do corpo discente e funcionários(as) que compõem o quadro do USJ. Porém, como foi fixado nos corredores do Forquilhão este texto, isso causaria no mínimo menosprezo por parte dos funcionários, professores(as), alunos(as) dos períodos matutino, vespertino e noturno desta escola. E como conseqüência, também da população que cerca e freqüenta esta instituição escolar, seja por terem filhos estudando nesta escola, ou seja através da escola democrática aos sábados. Esta é a mídia do “boca a boca”, e seria pior se tivesse sido divulgado na imprensa. Entretanto, embora tenha sido anexado este texto no BO, quem cobriu a matéria na delegacia, pois, é um local onde sempre há jornalistas de plantão, não deu a devida importância ao texto.
5º Parágrafo - Assistir a aula dividindo atenção do professor com mariposas, borboletas, abelhas etc... é muito divertido! Mais ainda, quando elas batem pelo silencioso ventilador de teto. Estávamos no inverno, e, diga-se de passagem, este foi rigoroso e ainda persiste, muito embora já seja primavera. Insetos noturnos durante este período não são freqüentes, além de eu desconhecer que hajam “borboletas, abelhas etc” no período noturno. Este trecho nada mais é que outro ataque ao local e as suas devidas instalações.
6º Parágrafo - Subir as escadas e, pelo cheirinho agradável lembrar que existem banheiros nesse espetáculo de faculdade é muito bom... e melhor ainda é ter o privilégio de, mesmo não querendo, ter que ir a esse lugar de cheiro muito agradável, e ver os rolos de papel dentro do sanitário e nenhum disponível para você usar. Este detalhe provocou há certo tempo atrás manifestações dos(as) acadêmicos(as) de pedagogia, que manifestaram preocupação com a saúde das crianças que estudam nesta instituição. Outro detalhe se consiste no fato de que por convenção interna, os alunos da EJA sobem a rampa, mas os acadêmicos do USJ sobem a escada, o que demonstra uma afinidade com este detalhe, que só quem conhece ou conheceu de perto, sabe. Neste ponto, começa a se desenhar uma outra questão. Normalmente no banheiro masculino, raramente é usado o bacio, porém, no feminino é obrigatório o seu uso, além é claro do citado papel higiênico. Assim, onde está a coerência nominal? Afinal, no título a pessoa não se declara do sexo masculino? (DESABAFO DE UM ACADÊMICO REVOLTADO).
7º Parágrafo - Ter que ir numa sala de xérox onde cabe ½ pessoa e ainda ter a sorte da copiadora estar funcionando!!! (VEJAM QUE MARAVILHA!) Só mesmo em nosso exemplo de faculdade! Este ataque a estrutura do xérox, foi motivo de reivindicações estudantis, que só sabe quem está ou esteve diretamente ligado(a) às manifestações dos acadêmicos do USJ há cerca de 2 anos. E na verdade conforme foi citado anteriormente é apenas mais uma propaganda negativa. Além do mais, este detalhe não faz parte de qualquer manifesto atual de estudantes do USJ, por isso torna-se intrigante este texto.
8º Parágrafo - Sair daqui com os pés inchados e vermelhos de picadas de insetos que existem somente nesse paraíso, é super engraçado. Neste trecho, deve-se destacar que os homens normalmente vão à aula de calçados fechados, ao passo que as mulheres têm a preferência de calçados abertos. Volto a frisar que o texto tem um título masculino. Há outro detalhe, estes insetos são comuns no verão, não nesta época do ano. É como se fosse um texto embasado em memórias e não fatos atuais. Além de voltar a destacar o menosprezo pelo local. Ouso ainda a afirmar que a pessoa deve ter a pele clara, pois, vermelhidão e inchaço na derme é característico de pessoas caucasianas.
9º Parágrafo - Poder deixar o carro nesse belo e seguro estacionamento, que é mais emocionante do que uma montanha russa, sabendo que quando você voltar poderá encontrar seu precioso bem arrombado por alguma dessas carismáticas pessoas (que mencionei acima), dá uma adrenalina que só sabe quem realmente passa por isso. Esta foi uma preocupação constante, a segurança. Vale ressaltar que durante certo período, a segurança no estacionamento foi realizada pela guarda municipal e constantes rondas da polícia militar, porém isso no período em que fomos transferidos para o Forquilhão. Entretanto, esta mesma segurança militar deixou de existir com o passar do tempo. Os arrombamentos de carros e roubo de motos começaram então a acontecer, o que gerou manifestações em respeito a isso. A falta de segurança nas escolas municipais é uma constante até hoje. Porém, mais uma vez neste trecho é trazido um aspecto que foge das principais preocupações acadêmicas de hoje. E conforme havia citado no parágrafo 3, este é um ataque direto à população local, pois, pessoas as margens da lei há em todos os lugares, e este trecho vinculado ao terceiro, eles não fazem menção à criminosos, e sim à “pessoas carismáticas e confiáveis à primeira vista”, ou seja, as pessoas que circulam na comunidade. Em suma mais um ataque à sociedade local, à infra-estrutura da escola, e ao descaso com o USJ. Que como pano de fundo, serve apenas como propaganda negativa e desmotivadora em relação ao USJ.
10º Parágrafo - Não posso esquecer de dizer o quanto me divirto quando tenho a oportunidade de ir ou voltar como o LEITO Serraria-Forquilhinhas que faz o “tur” por toda São José. Ficar até as 22:30 esperando (muitas vezes com pouquíssimas pessoas), o leito chegar vendo as carismáticas pessoas passando e olhando... e você ficar pensando se chegará em casa com o leito ou numa viatura de polícia, é simplesmente emocionante! Isso sim me deixa super contente e motivada a ir feliz pra aula. Esta foi outra reivindicação de nosso movimento estudantil há 2 anos, maior quantidade de horários para os ônibus inter-bairros. É interessante como esta pessoa se reporta aos acontecimentos passados, para a elaboração deste texto. Esta pessoa tem intimidade com as manifestações estudantis do passado, e se reporta a elas como se fossem atuais, muito embora, o quadro de um modo geral não modificou em nada. Entretanto isso faz uma “cortina de fumaça” sobre nossos atuais motivos de preocupação. É como se esta pessoa tivesse a intenção de relembrar os atos estudantis, para impor à comunidade a idéia de que, no USJ não há estudantes, e sim, um bando de baderneiros. Existe aqui mais um ataque à comunidade. Além de que, a palavra em negrito estar no feminino.
11º Parágrafo - Mas o que motiva mesmo, do fundo do coração, a continuar freqüentando essa conceituada instituição, é saber que tem muita gente preocupada com a situação e que estão fazendo de tudo, tudo mesmo PRA ACABAR COM ESSA “MERDA” QUE TEMOS!!! Ao se dar destaque em letras de caixa alta na escrita, o que ocorre na verbalização desta, equivale a dizer que a pessoa que está se comunicando, na verdade o faz aos brados. O texto inteiro é um ataque direto à comunidade acadêmica e local, onde ao final a pessoa “grita” dizendo que o USJ é uma “merda”. Isso demonstra um total descaso com a instituição e a comunidade, além é claro da Educação em si. Vale destacar aqui que, em nenhum momento o USJ foi citado como universidade, e sim como faculdade. Pergunto: Quem estuda em uma universidade pública vai se referir à ela como faculdade? Muito embora estejamos precariamente instalados, que estudante se referiria ao USJ como uma “merda” perante toda uma comunidade? Ele(a) então se consideraria um estudante desqualificado para estar em outra instituição de ensino superior? Percebe-se que o texto trás em seu bojo uma provocação ardilosa, onde a intenção oculta é a geração de antipatia contra o USJ, tanto por parte dos(as) acadêmicos(as), quanto da comunidade ao qual ela esta inserida. Outro ponto é que esta carta desvia o ponto fundamental das questões pertinentes ao USJ, dando visão a antigos problemas da instituição, que até hoje não foram levados em consideração.
Ao finalizar o texto, a pessoa faz a seguinte citação:
“COLÉGIO DE APLICAÇÃO JÁ !!!! NÃO PODEMOS MAIS ATURAR ESSE DESLEIXO COM NOSSA FACULDADE. NÃO SOMOS MACACOS PARA FICAR PULANDO DE COLÉGIO EM COLÉGIO. EXIGIMOS NOSSA SEDE PRÓPRIA !!!”
Nesta parte a pessoa que escreveu esta carta, faz citação sobre o Colégio de Aplicação, a maior preocupação atual dos acadêmicos, que debelou o Movimento Pró-USJ. O texto finaliza reafirmando o USJ como uma faculdade. E a exigência de uma sede própria, ainda será uma conquista a ser trabalhada, pois, em princípio este Colégio, em seu projeto original, abrigaria em suas dependências o USJ. Vale lembrar também que, atualmente no município existem escolas e não colégios, ou seja, um equívoco que é normal para pessoas que não estão ligadas diretamente com a Educação. Esta frase é um “pano de fundo” usado para dissimular o contexto inserido no texto.
Tendo observado o texto, agora é a hora de remontar os fatos conforme tabela abaixo, que embora seja simples, para uma primeira reflexão, ela serve como base.
O que foi execrado no texto?
O que não foi atacado?

A comunidade local
O corpo docente do USJ
O corpo discente do USJ
A administração anterior
O xérox
O banheiro da escola
O estacionamento da escola
As salas de aula da escola
O transporte coletivo
As condições ambientais do bairro

A biblioteca (alvo das chamas)
Arquivo de documentos
A secretaria acadêmica
A atual administração
Recursos técnicos educacionais
Recursos áudios-visuais
Laboratório de informática
Lugar comum (pátio e lanchonete)
Falta de pesquisa e extensão
A divisão do USJ em 3 campus
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES ACERCA DOS DADOS

Conforme exposto na introdução desta reflexão, nesta primeira parte estamos considerando apenas as informações contidas na carta de autoria anônima. Assim, com estas informações levantadas, percebe-se que:
1 – A pessoa que foi autor(a) das informações contidas no texto tinha (ou ainda tem) uma forte ligação de conhecimento acerca dos movimentos dos(as) acadêmicos(as) do USJ. E isso no que tange a reivindicações de melhorias estruturais no USJ, embora com certeza absoluta não seja aluno(a) ou professor(a) desta instituição de ensino superior. Pressupõe neste caso, uma falsidade ideológica.
2 – A pessoa embora no título sugira ser do sexo masculino, seu texto aborda uma linha de linguagem feminina. Dissimulação de identidade.
3 – Este mesmo indivíduo possuía um objetivo geral nítido de estratégia (o que fazer), ou seja, atacar o USJ, como instituição de ensino superior.
4 – Como objetivos específicos táticos (como fazer), que foram:
A) manipular todas as informações de movimentos que foram acompanhados pela comunidade, transformando os acadêmicos em baderneiros.
B) Insuflar a população local contra a instituição através de propaganda negativa, denegrindo a imagem desta mesma comunidade, provocando a antipatia local contra os(as) acadêmicos(as) da instituição.
C) Denegrir a imagem do corpo docente da instituição, usando palavras que diminuem e zombam de sua função docente no ensino superior.
D) Levantar a própria comunidade acadêmica contra o local onde está instalada através de reivindicações, que embora pertinentes, fogem do atual e importante objeto de ação, ou seja, a efetivação do projeto inicial do Colégio de Aplicação.
E) Confundir informações usando o emocional sobre o racional. Estratégia típica de “manipulação de massa”, cujos objetivos, normalmente são obscuros e pessoais, em detrimento do bem estar social de toda uma população.
Após estas breves reflexões, a impressão que me foi passada é que a carta retrata um texto muito bem elaborado, concebido através de informações passadas por uma pessoa do sexo feminino e caucasiana, que tendo acompanhado o desenrolar dos acontecimentos, soube retratar com fidelidade as principais reivindicações dos(as) acadêmicos(as), quando no Forquilhão ainda estava o curso de Pedagogia, hoje situado, há cerca de 1 ano, no CEMAJOBA, no Bairro Praia Comprida, neste mesmo município.
Outro questionamento que se faz quanto a este detalhe é o seguinte: Este texto foi elaborado por apenas uma pessoa? Afinal, ele é mais profundo e complexo do que aparenta. Senão vejamos, no Modus Atuante, a parte operacional, como foi, e em que horário foram fixadas estas cópias nos corredores? Apenas uma pessoa somente, sem a cumplicidade de no mínimo mais uma, conseguiria efetuar este trabalho sem ser percebida por ninguém? Quem poderia circular nestes corredores sem ser questionado por ninguém, se não for alguém conhecido no local? Perceba que o melhor horário para isso ocorrer é no período entre as aulas vespertinas e noturnas, que é quando as salas de aula e os corredores estão vazios, ou seja, entre 17:45h e 18:15h. Vale lembrar que este prédio possui 3 andares, e foi o zelador do USJ quem os viu pela primeira vez.
Esta carta aparenta ser um trabalho elaborado em grupo (formação de quadrilha), e que cuja finalidade foi a de deflagrar uma revolta da população contra o USJ. Mas, que pessoas teriam esta pretensão? Você arriscaria um palpite?
Esta mesma carta ficou fixada durante toda aquela semana nas paredes da escola Forquilhão. Sob que pretexto isso ocorreu? Fomentar a propaganda negativa? Isso sim cabe um inquérito às pessoas responsáveis por este procedimento. Digo isto, pois, dois acadêmicos foram chamados para responder questões referentes a esta carta.
Acredito que esta primeira parte do dossiê Forquilhão: “um crime contra o USJ” tem muito mais questionamentos, porém, em uma análise tão breve, e sem o acesso a maiores informações, já levantam perguntas relevantes acerca deste caso.
O que foi verificado até então, foi tão somente a carta, sem sua vinculação ao incêndio criminoso. Na próxima etapa, passaremos a analisar as condições em que foi deflagrada as chamas na biblioteca, sem a junção da carta, para que, a partir daí você possa realizar uma análise criteriosa dos fatos que envolveram os dois crimes, formando assim uma opinião mais completa sobre este caso.
UM CRIME CONTRA O USJ – 2 (O INCÊNDIO)

Nesta segunda etapa de análise cabe aqui repetir parte da introdução elaborada no começo destas reflexões, para seguir a mesma linha de raciocínio. Assim segue abaixo a parte da introdução que descreve em linhas gerais o fato ocorrido nesta escola.
Na madrugada do dia 3 para o dia 4 (sábado para domingo), por volta das 05:00h da manhã, houve um incêndio criminoso na biblioteca do Centro Universitário Municipal de São José (USJ), no “Campus” dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Ciências da Religião, localizado nas dependências do Centro Educacional Municipal Antônio Francisco Machado, conhecido popularmente como “Forquilhão”, situado à rua Osvaldo Cruz s/nº, Bairro Forquilhinha, São José, Santa Catarina.
Durante o incêndio, alertado pela fumaça e chamas que saia desta dependência da citada instituição, um vizinho desta escola chamou o corpo de bombeiros, que pronta e rapidamente, debelou as chamas que consumiam os livros desta biblioteca. Apagado o fogo, os militares conseguiram contato com a direção do “forquilhão” e do USJ, comunicando-lhes o fato, de sorte que, cientes do atentado, se dirigissem para o local, afim de registrar a ocorrência e tomar as devidas providências.
A diretora da escola municipal, a professora Edna Ramos Montido, que se cientificando do fato, dirigiu-se à Delegacia de Polícia de Forquilhinha, para registrar um boletim de ocorrência (BO). Já na delegacia, a diretora comunicou o fato ao escrivão, e acusou “alunos do USJ” como prováveis autores do episódio, pelo fato de que coincidentemente, naquela mesma semana, mais precisamente na quarta-feira, dia 30/09/2009, fora achada pelo Sr. Vânio (zelador do USJ), uma carta de caráter anônimo, que segundo ele, haviam sido fixadas algumas cópias pelas paredes da escola, onde um aluno do USJ estaria expondo sua insatisfação pelas instalações do USJ nesta escola.
Relembrado o que ocorreu em linhas gerais, passaremos agora a verificar o que ocorreu de maneira mais detalhada e crítica, atendo-se sempre à uma linha coerente e sem buscar prestigiar ou incriminar quem quer que seja. Apenas apontar detalhes que por vezes passam despercebidos à comunidade envolvida. Na primeira etapa objetivou-se enfatizar a carta implantada no Forquilhão, nesta, o objeto de estudo será o incêndio ocorrido na biblioteca, para que a partir daí, você possa tirar suas conclusões.
Por volta de 05:00h, uma (ou mais) pessoas invadiu o Centro de Educação Municipal Antônio Francisco Machado, conhecido popularmente como Forquilhão, e dirigindo-se até a janela da biblioteca do Centro Universitário Municipal de São José, quebrou o vidro e através de um liquido inflamável ateou fogo em uma caixa cheia de livros que estava próximo a esta janela, iniciando assim um incêndio de grande tamanho e rápida propagação.
Entretanto, um vizinho deste estabelecimento escolar, que por motivo de viagem teve que acordar muito cedo, percebendo a grande quantidade de fumaça que saia desta janela prontamente chamou o corpo de bombeiros, que após ter debelado as chamas pelo lado de fora, foi efetuar o rescaldo pelo lado de dentro, salvando assim, não só a biblioteca acadêmica, como toda instituição escolar, pois, o fogo já estava se espalhando pelo corredor em direção à secretaria acadêmica.
Em linhas gerais, o que ocorreu foi exatamente isso, porém, alguns detalhes que aconteceram antes e após o crime chamam a atenção. Observe a figura abaixo, que é uma foto aérea da escola, para iniciarmos a análise.

Imagem 1 Fonte: Google maps.
A janela da biblioteca localiza-se atrás da 2ª quadra (a da sua esquerda), e logo após a tela de proteção das quadras. Do lado esquerdo da janela, há outra, que é a sala dos professores do USJ, e ao lado desta janela, tem um muro muito alto, que é a divisa da escola com outro terreno. Em suma, a pessoa ou grupo de pessoas que ateou fogo no local estaria encurralado(a) caso aparecesse alguém na hora, pois, a mesma estaria com um muro de um lado, a parede da escola de outro e atrás de si a grade das quadras.
Outro detalhe que chama a atenção é a distância percorrida para chegar a este local. Do portão de entrada até a referida janela, há uma distância de aproximadamente 200 metros a ser percorrido. Obviamente, para sair a distância é a mesma. Percebe-se desta forma, o risco que a pessoa correu de ser flagrada neste ato criminoso, que teve por fim, a destruição da biblioteca do USJ. Apontando assim, um crime deliberado e com intenção específica.
Observando o que ocorreu para a deflagração das chamas, percebe-se que não foi apenas uma pessoa que causou o incêndio. Precisariam no mínimo duas pessoas, e de preferência motorizadas. Como em um caso típico de assalto, um vigia uma possível aproximação de alguém, outra para iniciar as chamas. Para um deslocamento fácil, a cena do crime sugere ter sido efetuada de moto, tanto por causa da distância, como pela facilidade de deslocamento, tanto para chegar, como para sair. Além de que, com capacetes, dificilmente seriam reconhecidos por algum transeunte que por ventura estivesse passando pela rua naquela hora.
Mais um detalhe que a cena do crime sugere é a seguinte, para chegar a este local, é necessários passar por dois portões, um localizado na entrada da escola, e o outro ao lado do ginásio poliesportivo desta escola. Estariam os dois abertos em pleno sábado de madrugada? E se estavam abertos, por que motivos não estavam fechados?
Esta janela que foi quebrada poderia deixar impressões digitais dos criminosos, ou talvez o próprio cenário tivesse deixado algum vestígio que levantasse alguma pista sobre a autoria deste ato criminoso. Entretanto, as notícias que me chegaram, dão conta de que este mesmo vidro quebrado foi trocado segunda feira e a biblioteca foi esvaziada neste mesmo dia. Os livros e móveis foram colocados na sala dos professores e na secretaria acadêmica. Mas vem a pergunta, como se deu então a perícia policial? Como não tenho informações sobre isso, nada posso argumentar. Porém, acredito que deva ter sido efetuada esta perícia na cena do crime, muito embora estranhe a súbita arrumação.
Cabe aqui destacar meu estranhamento quanto à súbita arrumação. Foi o fato de ter sido apenas trocado o vidro da janela. Foram retirados desta sala os móveis e os livros, porém, tendo passado mais de 10 dias do ocorrido, nenhuma pintura ou arrumação foi feita no local. Nesta sala, na porta e o no corredor continuam as marcas deixadas pelas chamas, como uma propaganda negativa do que aconteceu. Eis que ai está a questão: Se nada foi limpo, porque trocar o vidro quebrado da janela? Afinal, a sala está vazia, nada há mais para ser roubado, e se fosse por acaso a questão da segurança houvesse gerado a necessidade da troca, isto não se justifica, pois, esta porta possui chave, o que iria gerar a segurança necessária para as demais dependências deste estabelecimento escolar.

COINCIDÊNCIAS POSITIVAS
A primeira coincidência positiva se deu antes do incêndio. Houve uma doação destinada à biblioteca do USJ. Esta doação tratava-se de livros de Leis, que por terem sofrido algum tipo de alteração (algumas), os livros tornaram-se obsoletos. Na verdade eram livros que talvez nem para o USJ tivessem serventia. Estes livros haviam entrado na biblioteca naquela mesma semana e teria sido acomodada em uma grande caixa bem próxima a janela. Pois bem, foram justamente estes livros que serviram de base para que se fosse colocado o liquido inflamável, de sorte que foram os primeiros (e únicos) a queimar. Dos livros do acervo da biblioteca acadêmica não queimou nenhum, apenas os que, coincidentemente chegaram naquela semana por meio de doação.
A segunda coincidência positiva foi durante o crime. A vista para a janela em se iniciou as chamas só são visíveis por apenas um bloco de apartamentos vizinho à escola, e ainda assim teria que ser o apartamento do ultimo andar. Pois bem, coincidentemente justamente este morador tinha programado para este fatídico domingo, uma visita à Madre Paulina. Desta forma, prevendo sair cedo de casa, este morador acordou 05:30h, para poder sair às 06:00h. Como iria esperar seu filho, afim de viajarem juntos, abriu a janela e flagrou o incêndio, e assim tomou a iniciativa de chamar o corpo de bombeiros.
Estas duas coincidências dão a impressão de uma ajuda divina. É como se por meio do USJ, Ele dissesse para nós que defendemos esta instituição, “Não temas, estou com vocês nesta luta”. E se Deus é por nós, quem ousará ser contra?
ESTRANHA E INTRIGANTE COINCIDÊNCIA
Uma pergunta que não quer calar vem da seguinte informação, quando busquei saber acerca do vestibular do USJ, fui informado que este ocorreria pelo sistema ACAFE. Até ai sem maiores problemas. Porém, as datas é que me levantaram a curiosidade. O sistema de vestibulares ACAFE abriu sua inscrição no dia 05/10/2009 e eu estive buscando esta informação junto à reitoria nos dias 08 e 09/10/2009. Ou seja, se estava programado o vestibular pela ACAFE, porque somente após o incêndio é que foram tomadas estas providências? Lembre-se o incêndio iniciou na madrugada entre os dias 03 e 04/10/2009, assim sendo, se o USJ se consumisse em fogo, não haveria necessidade de vestibular. Não estou insinuando nada, apenas relacionando os fatos. Contudo é uma coincidência que chama a atenção, por isso vale a sua citação.
Aqui vale destacar que, em contato com a reitoria no Kobrasol, fui informado que o vestibular ocorrerá no dia 22/12/2009 (no mesmo dia do vestibular da UFSC), mas não souberam precisar quando se iniciam as inscrições. Um detalhe, o vestibular da UFSC será pela manhã e o nosso será à tarde. Acredito que a escolha desta data não foi muito feliz, muito embora, para viabilizar o vestibular, talvez esta tenha sido a melhor data. Desta forma, desde já, sinta-se convocado a divulgar nosso vestibular, para que não corramos o risco de poucas inscrições, dando margem para a inviabilização de qualquer curso que seja. Não será nada fácil esta tarefa, porém, juntos nós podemos!
Um último detalhe então nos chama a atenção. Mesmo tendo ocorrido este atentado, porque ainda não foi efetuada a digitalização de toda esta documentação? Acredito que já passou da hora de realizar um Back Up destes documentos. Coisa que eu acreditava ser uma prática no USJ, e descobri que se as chamas tivessem atingido a secretaria, não haveria como recuperar esta documentação, causando assim, um grande prejuízo a todo sistema administrativo da instituição.
Tendo conhecimento destas informações, e também acompanhado minhas breves reflexões, cabe agora a você tirar suas conclusões. Como disse anteriormente, estas são apenas reflexões preliminares, que podem até mesmo estarem equivocadas, contudo, este é um ângulo de visão, podem existir outros, entretanto, as questões que foram aqui levantadas merecem uma discussão mais profunda sobre o porque estamos parados “vendo o barco passar”, como se estivesse tudo bem. Acredito estar na hora de uma nova assembléia geral e ir novamente às ruas. Atenciosamente Roberto Arruda.

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